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domingo, 25 de setembro de 2011

O alto preço da revolução prometida


O Ceará ainda busca meios para financiar a rede de saúde prometida para ser a melhor do Brasil

Hospital do Cariri será parte da espinha dorsal do novo modelo (RAFAEL CAVALCANTE)

Quando Cid Gomes (PSB) assumiu a dianteira no movimento de governadores para criar mais um tributo para financiar a saúde, estava se antecipando ao problema que irá estourar em suas mãos em breve.

Tal problema tem um lado bom. Ótimo, aliás. A promessa contida nos discursos oficiais é sedutora. Até o começo deste ano, não havia sequer um hospital público estadual no Interior do Estado. Mas se anuncia que, em breve, o Ceará terá a melhor rede de saúde do Brasil.

O que não faltam são investimentos para superar o caminho entre a retórica governamental e a realidade de quem precisa de atendimento nos hospitais e postos.
Há 75 novas estruturas em planejamento, construção ou recém-inauguradas. O Hospital Regional do Cariri, no sul do Estado, já foi entregue. Ele é a primeira parte do que será a espinha dorsal da rede de saúde do Ceará. Esse pilar central será complement ado pelos hospitais regionais a serem construídos em Quixeramobim, no Sertão Central, em Sobral, na Zona Norte, e na Região Metropolitana de Fortaleza. Sem falar das mais de duas dezenas de policlínicas, centros de especialidades odontológicas unidades de pronto atendimento.
Custo do modelo
Para quem precisa de atendimento, as perspectivas são animadoras. Mais que obras isoladas, há o projeto de todo um modelo planejado e articulado para a saúde estadual. Mas aí se volta ao problema mencionado no início deste texto: não há dinheiro para pagar a conta da expansão.


A dificuldade de financiamento já é realidade mesmo com a minguada e concentrada rede existente. Segundo os controversos números do Ministério da Saúde, o Ceará integra o nada honroso grupo de sete estados que nem sequer cumprem a determinação constitucional de aplicar 12% das receitas em saúde.

Com a expansão da estrutura que está prevista, as contas governamentais correm o risco de sair de controle. As estimativas apontam para a quase duplicação do nível de gastos hoje mantido. E as origens de financiamento são hoje incertas.
O povo

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